Brincar é mais do que brincadeira
Como o Quadro Escreve e Lê, brincar é aprendizagem constante.
O quadro escreve e lê é muito apetecível para as crianças em geral. É um brinquedo que associa a brincadeira à estimulação das competências de pré-escrita. Destaca-se ainda por ser um estímulo ao desenvolvimento da motricidade fina e da criatividade da criança entre os 2 e os 6 anos.
Na idade pré-escolar, em que a criança ganha maior consciência de si e dos outros, este brinquedo favorece este auto-conhecimento. E nesse âmbito, o adulto tem o papel fundamental de se maravilhar conjuntamente com a criança promovendo assim a sua auto-estima: "Uau! Olha o que fizeste! Conseguiste!"
Adultos e crianças podem passar momentos felizes a desenhar neste quadro e a fazerem jogos de adivinhas. É mais que a habilidade artística ou traço perfeito revelado, importa a relação adulto-criança que fica mais fortificada no meio destas brincadeiras.
Áreas de desenvolvimento do brinquedo no bebé/criança
O Quadro escreve e lê é um brinquedo simples e que pode ajudar a criança a desenvolver a motricidade fina - movimentos da mão, pulos e braço.
As mãos pequeninas continuam a crescer e este quadro dispõe de um lápis com espessura adequada para facilmente a criança o agarrar e logo começar a surpreender-se com o que consegue desenhar no ecrã.
A criança tem à sua disposição um ecrã LCD onde pode escrever e apagar as vezes que quiser, sendo então um espaço livre para o desenvolvimento da sua criatividade.
A criança pode ainda usar vários cartões com linhas curvas, retas, formas, letras e números, para passar com o lápis sobre o cartão, estimulando não só a motricidade fina, mas também a sua atenção e concentração, tal como a curiosidade e interesse pelas letras e números quando se trata de crianças em idade pré-escolar.
Análise psicológica
Este brinquedo é muito apreciado pelas crianças em geral.
Creio que o facto de poderem escrever e apagar, de forma repetida, mecânica e livre, lhes dá confiança e segurança para experimentar vezes sem conta. É um estímulo para ousar fazer diferente, experimentar sem medo de errar é um incentivo para continuar a explora.
A repetição dos atos oferece à criança confiança, segurança e promove a autoestima.
E quando a criança observa o que desenhou quando retira o cartão? Que alegria! Revela-se a sua obra de arte!
Na idade pré-escolar, em que a criança ganha maior consciência de si e dos outros, este brinquedo favorece este auto-conhecimento. E nesse âmbito, o adulto tem o papel fundamental de se maravilhar conjuntamente com a criança promovendo assim a sua auto-estima: “Uau! Olha o que fizeste! Conseguiste!”
A criança pensa: "Sei fazer! Vou repetir! Vou mostrar o que sei fazer! E se eu fizesse assim? Vou experimentar!"
O adulto pode ir descrevendo o que a criança desenha, indicando quais os números e letras, ou fazer perguntas sobre o que a criança está a desenhar, promovendo assim o desenvolvimento da sua linguagem.
Esse momento de partilha de brincadeira entre pais e filhos é um momento privilegiado de conexão e fortalecimento de relação afetiva.
Sabia que...
Antes da criança aprender a ler e escrever, ela beneficia de brincadeiras com plasticina, argila, corte e colagem, pintura com pincéis ou até mesmo com as mãos, para o desenvolvimento da sua motricidade fina?
A consciência silábica, capacidade para isolar sílabas, é um dos princípios para a aquisição da leitura e escrita? A criança em idade pré-escolar começa por reconhecer as sílabas como parte das palavras e, posteriormente, que estas por sua vez formam as frases.
Dicas de brincadeiras
Usar o quadro como acessório de uma brincadeira faz-de-conta. Por exemplo, se estiverem a brincar às compras, podem usar o quadro para “escrever” a lista das compras (recorrer a desenhos); ou se estão no restaurante e usam o quadro para apontar o pedido do cliente.
E numa perspetiva de versatilidade dos brinquedos, podemos imaginar que o quadro é um tabuleiro para servir um chá numa brincadeira.
Uma pista de carros. Poderão experimentar desenhar no quadro com recurso a outros objetos, por exemplo com as rodas de um carrinho, e ver que marcas ficam no ecrã.
Para as crianças entre os 3 e os 6 anos:
Fazer o jogo “adivinha o que eu desenhei”. Um desenha e, sem mostrar o desenho, dá pistas ao outro para adivinhar o que desenhou. Ou também pode desenhar e mostrar logo para o outro adivinhar o que é.
Fazer um desenho em conjunto. Um começa o desenho e depois o outro acrescenta mais um elemento e vão, alternadamente, acrescentando mais elementos até completarem a sua obra de arte.
Desenha e apaga! O adulto começa por fazer um desenho e depois carrega no botão da borracha, apagando parcialmente o desenho, e pede à criança que adivinhe o que está desenhado.
Carolina Almeida Canto
Psicóloga